A adoção de crianças por casais homoafetivos



Segundo pesquisa do IBOPE, divulgada pela revista Época, em 28 de julho de 2011, cerca de 55% da população brasileira é contra a união estável entre pessoas do mesmo sexo, e também contra a possibilidade de casais homoafetivos adotarem uma criança. Mesmo sendo perfeitamente legais, a união estável e o casamento entre pessoas do mesmo sexo são desacreditados por muitos brasileiros como estrutura familiar.
Pode parecer confortável acreditar que uma família convencional, com pais heterossexuais, terá uma estrutura melhor para criar uma criança, e que se esta criança não for adotada agora por um par de homossexuais, daqui a pouquinho um outro casal estará ali, ansioso por adotá-la. Mas na vida real as coisas não acontecem exatamente assim.
Não é sustentável a ideia de que heterossexuais sejam capazes de criar e educar bem uma criança e homossexuais não. Todas as crianças disponíveis para a adoção são filhos de casais heterossexuais que não puderam ou não quiseram criar seus filhos. Nem todos são órfãos. Muitos foram abandonados na rua ou em hospitais por mães heterossexuais. Outros foram tirados de seus pais pela justiça por razões de maus tratos ou condições abaixo dos padrões mínimos de cuidado. A responsabilidade - ou irresponsabilidade - de alguém não se define por sua orientação sexual.
A maioria dos casais que desejam adotar uma criança, preferem as menores de três anos. No Cadastro Nacional de Adoção (CNA) há cerca de 6.800 meninos e meninas, dos quais 6.200 não se encaixam na faixa etária preferida. Quanto mais velha for a criança, menos chances ela terá de sair do abrigo antes de atingir a maioridade. Quando vem a adolescência, vem também a sensação de abandono e de frustração muito comuns em pessoas que crescem sem o amor de uma família.
Uma série de mitos envolve o assunto sobre gays adotarem crianças, e o principal desses mitos é a suposta influência dos pais sobre a orientação sexual dos filhos e o preconceito que a criança sofrerá por não ser criada por uma família convencional.
As suposições acima, além de muito ingênuas, estão baseadas no absurdo. Primeiro, porque todos os homossexuais do mundo são filhos de heterossexuais, de forma que a orientação dos pais não teve o poder de influenciar seus filhos. Segundo, porque ter medo de uma criança se tornar gay é um traço fortíssimo de preconceito, como se  a existência dos gays fosse prejuízo para a sociedade ou para a própria criança. E terceiro, porque estas crianças não seriam as únicas a sofrer preconceito em nossa sociedade, o que lamentavelmente é um fato.
Crianças criadas por homossexuais com certeza sofrerão algum tipo de preconceito por parte de outras crianças, filhas de heterossexuais que não as prepararam para viver em sociedade, respeitando as diferenças e valorizando a igualdade. Mas elas não serão as únicas. Crianças com tendências homossexuais, negras, deficientes, com sobrepeso ou abaixo do peso, filhas de presidiários, ou de pais muito pobres, ou pertencentes a alguma religião pouco aceita, todas elas são vítimas do preconceito de crianças cujos pais são péssimos educadores e, diga-se de passagem, na maioria das vezes filhas de pais heterossexuais. Uma criança educada por uma família homoparental será muito mais aberta à diversidade e menos tendenciosa ao preconceito do que uma criança que não convive com este tipo de adversidades.

Observamos que muitos casais que não podem ter filhos também não desejam adotar uma criança. Seu sonho da paternidade procura vários caminhos antes de cogitar a possibilidade de adoção. A inseminação artificial e a fertilização in vitro são preferidas por casais que têm condições de custear o procedimento, e muitos destes casais, frente à frustração de suas tentativas, acabam por desistir da paternidade sem o desejo de adotar. Os que optam pela adoção seguem a linha de preferência pelas crianças mais saudáveis, pele clara, sem deficiência e menor de três anos. Imagine quantas crianças não se encaixam nesta lista de preferências!
São muitas as pessoas que combatem a adoção de crianças por parte de casais homoafetivos, mas entre elas, são poucas as que adotam uma dessas crianças. Os casais homoafetivos que vivem um relacionamento maduro e responsável podem - e devem - constituir família, dando um lar para estas crianças. Pecado é permitir que elas cheguem à idade adulta sem conhecer o calor de uma família porque a sociedade não considera moralmente correto uma adoção homoparental.
Que Deus abençoe todas as famílias da Terra, em nome de Jesus!

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